“A enfermagem oncológica é bastante ampla e consegue estar inserida em toda a linha de cuidado do tratamento do paciente e seu cuidador: na descoberta, no tratamento que podem incluir quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, cirurgia, cuidados paliativos no controle de dor, manejo de efeitos colaterais, cuidados com lesões complexas como as tumorais e cuidados com os estomas, principalmente os intestinais”. A frase da enfermeira oncológica, Virgínia Corrêa, resume bem a importância da profissão. Ela atua no Núcleo de Prevenção e Apoio ao Paciente com Câncer (Nuprapac), auxiliando pacientes em diferentes etapas do processo de adoecimento/recuperação. A profissional explica que seu trabalho envolve orientar os pacientes sobre cuidados e riscos, manejar efeitos colaterais, além de esclarecer dúvidas.
Entre suas atribuições, está o tratamento de feridas complexas, que não têm cura, porém existe manejos bem eficazes como por exemplo para controle de odor das lesões tumorais e a conscientização dos pacientes/cuidador quanto aos cuidados necessários para domicílio, vale lembrar que também fazemos orientação para os profissionais da rede que nos procuram. “Aqui no NUPRAPAC possuímos uma sala totalmente adaptada para paciente ostomizados onde possamos treinar o paciente e seu cuidador oferecendo uma atenção especial para que eles adquiram o conhecimento necessário e possam conviver de forma mais natural possível com situações complexas, comum em pacientes que utilizam bolsas de colostomia. Nosso objetivo é que eles conquistem independência em sua rotina, e dentro do possível que tenham uma qualidade de vida melhor”, destacou Virgínia.
Além dessas funções, tem ainda o cuidado de realização de consultas de enfermagem pré biopsia de próstata com todos os pacientes elegíveis, onde explicamos cuidados pré e pós biópsia além de explicar os riscos. “Ainda faço parte da equipe multiprofissional do Programa de Cessação do Tabagismo. Ressalto que ainda trabalhamos com prevenção relacionada ao câncer, através de campanhas, palestras, treinamentos, entre outros, esclareceu Virgínia. O Nuprapac foi idealizado por pela médica oncologista Elizabeth Uhl, coordenadora do núcleo e Virgínia. A enfermeira conta que a proposta era criar um espaço de acompanhamento multiprofissional, que transmitisse acolhimento. “Receber um diagnóstico de câncer é muito pesado. “Queríamos que os pacientes tivessem certeza de que não estão sozinhos, de que estamos trabalhando para acolher suas dores e oferecer cuidado durante toda a recuperação”, ressaltou.
Um dos beneficiados pelo trabalho de Virgínia é Antônio Amaro Borges Celestino, que está em tratamento contra um câncer de próstata. Ele destaca a importância do acompanhamento. “Só tenho a agradecer. Gratidão é o que não me falta. Hoje tenho muito mais qualidade de vida com o auxílio da Virgínia”, disse Antônio.