Representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estiveram nesta quinta-feira na sede da Prefeitura de São Francisco de Itabapoana. Eles participaram de uma reunião com os secretários municipais de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Enaldo Barreto; de Educação, Cultura e Tecnologia, Gustavo Terra; A diretora de Cultura, Maenilse Gonçalves; o vereador Daniel Abílio, além da presidente da comunidade quilombola de Barrinha, Lídia Maria Dias Teixeira, mais conhecida por Lídia de Barrinha.
O objetivo da reunião foi buscar apoio para firmar um acordo técnico com a prefeitura visando à realização de mais uma etapa de pesquisa arqueológica no sítio arqueológico “Cemitério de Manguinhos”. O trabalho deve começar a ser realizado no primeiro semestre do 2026 e a estimativa é que seja concluído em até 40 dias.
Arqueóloga, professora e coordenadora da pesquisa, Andrea de Lessa Pinto disse que o acordo compete à liberação de veículos, construção de barracão de obras, estrutura de peneiramento, isolamento da área da pesquisa e definição de uma área para que todo o material coletado durante a ação seja guardado e protegido da ação do tempo.
— Esse material pertence à comunidade de São Francisco de Itabapoana e deve ser devolvido para que as futuras gerações possam conhecer essa história. Por isso, necessita de uma local adequado para ser guardado. O ideal seria um museu para que pudessem ser feitas exposições, por exemplo — explicou Andrea.
Para a diretora de Cultura, o acervo é de suma importância para o município. “São Francisco de Itabapoana tem histórias riquíssimas. Coletar e preservar esse material é essencial para que possamos contar nossas histórias”, acrescentou Maenilse.
O sítio arqueológico foi reconhecido pelo Iphan na década de 70, cuja origem estaria relacionada ao período da escravidão. Para comprovar tal indício, a Fazenda São Pedro, que fica a 400 metros do lugar onde ficava o Porto de Manguinhos, seria o local para onde eram enviados os escravos provenientes dos navios negreiros que desembarcavam no porto, para posteriormente serem comercializados para os produtores de açúcar da região.